O tempo é um assunto recorrente aqui no Almanaque, e já o abordamos de muitas maneiras. Neste post vamos ver em que se baseia uma das formas mais corriqueiras de medição do tempo, ou seja, como definimos as horas em cada lugar do planeta.
Como todos sabemos, a Terra tem forma muito próxima de uma esfera (a Terra não é plana!). Assim, a sua superfície foi dividida em 24 partes, cada uma delas correspondendo a uma hora do dia. São os fusos horários, cujo nome tem a ver com a forma de fuso que essas áreas têm em razão da divisão dos 360º da Terra pelas 24 horas do dia. Os fusos horários são marcados por sucessivos meridianos, a cada 15º, a partir do meridiano de Greenwich, estabelecido em 1851. Ele passa sobre o Observatório Real de mesmo nome, nos arredores de Londres, e é, por convenção, o “marco zero” de longitude, ponto inicial dos fusos horários e ainda divide o globo terrestre em ocidente e oriente. O “Greenwich Mean Time – GMT” (tempo médio de Greenwich) se baseia no movimento de translação da Terra. Como a velocidade da Terra é irregular, atualmente usa-se o “Coordinated Universal Time – UTC” (Tempo Universal Coordenado), baseado nos relógios atômicos. Na prática, entretanto, não há diferença significativa entre a hora GMT e a hora UTC.
Assim, a partir de Greenwich, os fusos horários do ocidente (a oeste do meridiano) marcam horas decrescentes, enquanto a leste do meridiano (oriente) as horas são crescentes. Por exemplo: quando é meio-dia em Greenwich, em Brasília são nove horas da manhã e, em Moscou, três horas da tarde. Isso acontece porque o movimento aparente do sol é no sentido Leste-Oeste (na verdade, é a terra que gira no sentido Oeste-Leste). Assim, quando amanhece um novo dia em Moscou, digamos, cinco horas da manhã, em Brasília ainda é noite do dia anterior, no caso, vinte e três horas (onze horas da noite), pois a diferença de fuso horário é de seis horas. Embora a hora local esteja vinculada à faixa que cada fuso horário define sobre a superfície terrestre, a decisão de adotar este ou aquele fuso é política, de modo que o horário nos diferentes locais do globo não obedecem exatamente aos fusos. Confira no mapa do Fuso Horário Civil, acima.
Vale lembrar que a hora oficial do Brasil, é responsabilidade do Observatório Nacional (designado pelo Inmetro para realizar essa atividade), com a utilização de relógios atômicos. O Inmetro está implantando um padrão primário de tempo e frequência, um relógio atômico a feixe térmico baseado em átomos de césio, com precisão de um segundo em um milhão de anos, desenvolvido no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), e transferido para o Inmetro.
Por ser um país de dimensões continentais, o Brasil tem quatro fusos horários. Veja que, no mapa acima, as áreas de mesmo horário não respeitam exatamente as áreas definidas pelos meridianos.
No arquipélago de Fernando de Noronha (e nas ilhas Trindade e Martin Vaz, atol das Rocas e arquipélago de São Pedro e São Paulo) a hora local corresponde a duas horas a menos em relação ao UTC.
São Paulo, e todos os Estados da área amarela, tem o mesmo fuso horário de Brasília. A hora local corresponde a menos três horas em relação ao UTC.
Amazonas, e todos os Estados da área verde, fica no fuso horário da Amazônia, onde a hora local corresponde a quatro horas a menos em relação ao UTC.
O Acre que fica no fuso horário do Acre, na área azul, onde a hora local corresponde a cinco horas a menos em relação ao UTC.